Miradores

24 junho, 2010

*Te Vejo Então*

Originalmente postado em 23 09 2009 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Ojos Asì

De tez bruna, olhos avelãs, nariz afilado, lábios finos; corpo pueril e imberbe, cabelos como a noite. Odor delicado, pele macia…

Desejo teu toque, deglutir teu sabor, respirar o hálito expirado de teus pulmões!

Ter-te próximo a mim, aninhar-te no aconchego de meus abraços, ouvir os sons de teu corpo enquanto dormes:

O coração batendo compassado…
O perfume de ti espairando pelo ambiente…
Intoxicando-me com a excelsa leveza de ti!
Impregnando minha existência com tua presença inolvidável…

Descerrar meus olhos e ve-te; porém – antes mesmo de despertar – sentir teu calor envolvendo-me como um cobertor diáfano, perene, reconfortando meu existir!!
Ouvir tua voz e tê-la como sino fantástico da imorredoura emoção que jaz encerrada em meu âmago.

Sentimento sôfrego que busca defletir-se à refrega que convulsiona e assoma sobre todos e sobremaneiramente sobre mim…

Estupefaço-me estupendamente frente ao algoz terrificante de mim: Recordar-te!!!!

Brutal ardil que enrodilha minha existência,
isolando-me do pneuma numinoso que (como alento)
atenuaria o vazio excruciante que preenche meu ser.
Embotando a percepção de mim…
Opróbrio infindo que fustiga com látego inexaurível minh’alma!!

No entanto, persiste a emoção: Cálida,
Irredutível,
Diáfana.

Permanece constituindo um marco do mais puro jaspe encrustado na mais alva carrara.
Diamantino e inabalável em seu existir; remanesce intocada e íntegra como pérola de regiões marítimas abissais…

Tal emoção assim tão magna,
embora prisioneira,
é-me sustentáculo!
Emperdeniza minha alma e mente
frente a tudo e todos!
Fazendo-me galgar alturas sidéras,
levando-me à paragens ermas!

Fecho meus olhos e deixo que o vento lave todas as amargas memórias; seque toas as lágrimas de meu rosto!
Doo-me e permito que Ninfas levem-me pelos braços além da penumbra, além do Umbral.

Abro meus olhos e…
Te vejo então!
Abro meus olhos e…
Te beijo então!
Abro meus olhos e…
Te sinto então!
Abro meus olhos e…
Te amo então!

*Frank J. Costa*

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