Miradores

23 outubro, 2011

*Da Perda da Confiança*



Hoje me vejo incrivelmente decepcionado, preferi confiar e acreditar em alguém apesar de todos os indicativos em contrário.
Mas, frente ao ocorrido, os indicativos mostraram-se certos e minha fé e confiança infundadas provaram-se um ato de irracionalidade!

Para ilustrar o que isto pode significar, cito trecho de uma das mais impressionantes histórias de amor já narrada por uma boca mortal: Eros e Psiquê

... A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado.


Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. Não percebeu que havia inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o.

Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:


- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita."..."

in: O Livro de Ouro da Mitologia - Histórias de Deuses e Heróis - Col. A Obra-prima de Cada Autor Autor: Bulfinch, Thomas Editora: Martin Claret Edição: 1ª/2006

Mesmo havendo várias versões deste mito, ele reflete o preço que a desconfiança cobra de quem a alimenta.
Não apenas o Amor é impossível viver sem confiança, qualquer relação que envolva emoções, crenças ou algum outro teor subjetivo não sustenta-se sem o pilar de uma confiança sólida!

Não sou hipócrita de dizer que deve-se jamais mentir, ou confiar sempre e insuspeitamente; mas digo:
Se você mentir para alguém que tem carinho por você (seja seu amante, amado, amigo, pai, mãe, etc.) lembre-se que cada vez que uma mentira sua ruir, com ela ruirá um elo da corrente da confiança até o ponto em que a corrente desfazer-se-á e tudo o que restará no lugar será a mágoa, o rancor e a desconfiança!!

Ouvi uma vez que "O mal uma vez feito é para sempre. Não poderá jamais ser desfeito, e tudo que for feito após a prática do mal será apenas compensação".

Concordo com esta frase!

Dói você crer poder contar com uma pessoa e nos 45 do 2º tempo ela mostrar-se desmerecedora de sua confiança. Assim, nas pequenas coisas; nas médias e nas grandes... É uma das mais decepcionantes emoções pelo qual uma pessoa pode passar, e eu passei por ela.
Já a conhecia de antes, de outros carnavais, mas sempre dói imensamente quando você percebe que mais uma vez lhe jogam cinza em rosto, mostrando que confiança é algo que precisa ser justificado a cada novo raiar do dia e repensado a cada entardecer!


P.S.: Caso queiram ler uma das várias versões do mito de Eros e Psiquê, cliquem na imagem da corrente rompida

14 outubro, 2011

Da Depressão e outras Ex-Pressões

Nenhum motivo de maior importância, apenas buscando um ouvido (olhos) que me atencione um pouco que seja!

depressão propriamente vem de depressare, do verbo deprimere, “prensar, esmagar”, formado por de-, “para baixo”, mais premere, “apertar, comprimir”.
Assumiu o sentido de “afundamento de uma economia” logo depois da Revolução Francesa. Passou o ter significado clínico no jargão psicológico em 1905.
A escolha da palavra manifesta muito bem a sensação de esmagamento sem esperanças que uma pessoa que apresenta doença depressiva sente.

in: Origem Da Palavra - Site de Etimologia

Ultimamente ando às voltas com meus ensaios de depressão, com profundos pensamentos que - em geral - pouco me acalentam ou me acalmam.

Acho interesante como a dita cultura popular investe na saudade, na carência, na rejeição e no instinto de vingança; em geral são estes os temas que se veem em canções classificadas como 'românticas'; mas estas canções raramente falam do amor como algo presente, continuado.

Sempre é relacionado à perda, à saudade, à vontade de regressar a uma época de nossa vida em que éramos felizes - sabiámos disso - mas que não valorizamos, reconhecendo seu valor apenas depois da perda.Posso mostrar isso com este vídeo:


Embora a qualidade esteja baixa, é possivel ler a legenda (em português para facilitar a todos) e, através da legenda, é possível ver que não fala de amor, fala de saudade e da esperança de retomada de um amor que houve, existiu!


Creio que os dois poemas mais sinceros acerca da natureza volátil do amor sejam:

1- Soneto de Fidelidade (de Vinícius de Moraes) e


2- Soneto de Amor (de Luis Vaz Camões)

Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Um pequeno "poema" de minha autoria:

Agora, ando às voltas com os arrependimentos
das coisas que preferi não fazer.
Me esgueiro nas sombras da saudade da felicidade que senti.
Afundo-me na inécia de meu pensar.
Desejando um outro amor vivendo em mim
mas com medo de voltar a amar.
Medo de sofrer.

Agora, escondo-me nas falhas de minha memória.
Desculpo-me pelas pequenas mentiras que conto.
Não choro mais pelas coisas que não terei,
mas lamento eternamente cada uma das que eu perdi.
E o Amor é isso? Sim, mas também não o é!
É o Tudo que nos move e o Nada que nos paraliza.
Nos consola, mas nos consome...

E, para finalizar (pois já começo a não saber mais o que dizer - infinita tristeza), deixo-os com uma de minhas canções preferidas:

Monte Castelo - Legião Urbana


03 outubro, 2011

*Sem Condições*


O difícil não é amar, mas amar incondicionalmente.
Apoiar a outra pessoa, mesmo naquilo que nos fere, magoa, ou que julgamos um erro, um equívoco.

É saber que, justamente pelo fato de amarmos a outra pessoa, precisamos respeitar-lhe a liberdade.
É saber que, às vezes, precisamos deixá-la partir. Mesmo que não queiramos que ela parta!
É saber que, às vezes, NÓS precisamos partir, mesmo que a outra pessoa (ou nós próprios) não queira que partamos!

Isto é o verdadeiramente difícil em amar incondicionalmente: saber que nosso sentimento não nos torna nem proprietários, nem propriedade do outro! Saber que viemos e vamos sozinhos deste mundo, que o AGORA é todo o tempo que temos!
Que o futuro é um enigma que se refaz e renova a cada aurora, em cada ocaso.
Compreender que o passado é apenas os rastros que deixamos na areia de nossa existência!
E, como todo rastro na areia, é passível de desaparecimento no primeiro soprar do vento!

Amor incondicional é aquele que escrevemos em rocha, em mármore.
Que desgasta, sim, mas permanece por um tempo imensurável, alí: indemovível!!

O amor incondicional é aquele que nos permite olhar todos os erros cometidos, todas as lágrimas derramadas, todas as mágoas impostas ou sofridas e alegrarmos-nos por terem existido; pois isso deu cor, forma e movimento ao amor!

Amor incondicional é aquele que preenche o vazio do coração, dando-lhe voz e asas.
Amor incondicional é aquele que eternamente nos torna fortes (e só um pouquinho infelizes), destecendo a mortalha da alma plena de nada!
Amor incondicional é aquele que nos ensina a sempre desejar o melhor para a outra pessoa, mesmo que o melhor não seja nós!!

Amor incondicional é aquele que nos ensina a querer proteger a outra pessoa, e fazendo isso, nos colocarmos em seu lugar, tentando ver a vida por seus olhos, andar com seus sapatos.
Amor incondicional é desnecessitado de razões, mas é a única razão que conta pra si.

E estas são todas as minhas razões e motivos que estão por trás, quando digo: TE AMO!!
E o que peço é apenas que aceite-o!
Pois, Amor Incondicional é o que sinto por ti!

*Frankj Costa*

05 setembro, 2011

De Ser ou Não Ser


Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
"

tradução de SILVA RAMOS, Péricles Eugênio da

Hamlet Editora Abril, 1976.



Adespeito de qualquer coisa, sei que te amo!

Não mais namoramos, talvez apenas pelo fato que foste aonde eu não pude te acompanhar.



Fiquei aqui "...com meu trabalho e meus amigos..."; já dizia Renato Russo.

Mas terei mesmo algo de importante longe de ti??



Ok, ok. Sei conhecerei gente nova, quiçá interessantes, mas as quero conhecer?!

Tudo ficou manchado - desfocado - desde que partistes...



O sol não me ilumina o dia - ofusca-me a visão!

A lua não me acalenta - oprime-me a alma!

O vento não me acaricia - açoita-me!



Agora vivo cercado de sombras, de fantasmas de tudo: tudo que poderia ter feito, ter dito, ter vivido... mas não ocorreu.


Esta é minha maior mágoa, meu único arrependimento: tudo aquilo que pensei e não fiz, desejei e não tive.

Sei que boa parte disso se deve a mim: minha teimosia, minha intransigência, minha monstruosidade.

'monstruosidade?'. Tu poderias perguntar. Sim, isso mesmo: monstruosidade!

porquê; tu perguntarias. Eis a resposta (embora ela não seja ininteligível por si): estou apaixonado, não sou correspondido – apenas sabe dizer que “não consigo te ver como namorado” e outras coisas semelhantes, já passei por situações, no mínimo, inglórias, mas não me afasto.

Porquê?!? Tu poderias perguntar e esta é a explicação: apesar das inglórias, eu estou apaixonado (mas isso não é motivo bastante, poderias argumentar, e realmente não o é), e mais que tudo: estou cansado, cansado de tentar, de sofrer e, principalmente, de estar só.

Sempre fui um tipo solitário – sozinho mesmo! Daqueles de ter como melhor amigo uma revista de palavras-cruzadas – mas estou tão terrivelmente cansado de ser só; que agora busco não estar só, simplesmente ter uma companhia!!



Mesmo que não seja a mais indicada, a mais proveitosa, mesmo que me magoe, me faça sofrer, me fira; mas não quero me sentir sozinho.

E, pra isso, até os perrengues que passo – com direito a sentimento escanteamento e abandono – frente a perspectiva de estar e sentir-me só, parece algo bom!

Agarro-me a isso, apenas como um parvo e parco paliativo da agonia que me consome!!



Agonia assaz truculenta e voraz, nascida da ausência de ti.

Alimentada pelo meu amor por ti.

Ampliada pela saudade de ti.



Recrudescida do fato de eu saber que me amas, mas que jamais seremos como fomos um dia outrora; ao menos não nesta vida!



*frank j. costa*:


18 julho, 2011

De Minha Imbecilidade e Outras Otarices

Hoje são 17 de julho de 2011.
E eu sou um imbecil!

Tive que passar pela Praça da República pra buscar meu hd externo que havia emprestado antes de viajar. Quando encontrei meu amigo e este me entregou o hd, ele disse pra eu me cuidar porque eu não estava com uma cara boa... Como eu poderia?! Disse a ele pra não se preocupar, pois não era nada orgânico. Porque eu disse isso?

Porque sou um idiota!

Mas aqui desabafo o que me feriu, ou permiti que me ferisse. Deixo a cada um entender ou escolher o que quiser. Enquanto atravessava a República, eu não conseguia parar de rastrear a área a tua procura, quando te vi (de bermuda preta e camisa branca) fiquei na prisão do conflito entre ir falar contigo e ir em frente. Me escorei no fato de meu amigo ter outro compromisso e segui direto. Quando voltei, fiquei te procurando com os olhos; sem te ver... Mas o que eu faria se te visse?? Sem conseguir te ver, fui pro ponto de ônibus e, enquanto ele não vinha, ficava observando a praça em tua busca. Veio o ônibus, pensei em continuar ali, me perguntei pra que e, sem conseguir uma resposta, embarquei. Mesmo assim fiquei em pé olhando pela janela te procurando até a praça sumir de minhas vistas numa curva que o ônibus fez. Então fiquei imaginando onde podias estar: se teria ido pra algum ensaio, ido pra doca, voltado pra casa, ou mesmo ter ido pro motel com alguém. Pensei mesmo em te ligar pra saber de ti e mais uma vez me perguntei a razão, sem conseguir encontrar uma que me justificasse... Agora, dentro desta máquina que tu tanto gostas, escrevo esta carta por não conseguir parar de lembrar de ti!! Agora minha situação piorou muito, pois sempre lembro de ti ao ver ou tomar um ônibus. To muito mal. Mas tu não precisas te sentir responsável por coisa alguma: és o que és, assim como sou o que sou. E por sermos como somos é que agora sofro. Mas um dia isto passa. Mas pra eu não ficar me sentindo assim, eu preciso não te ver. Pois sempre que te ver, vou lembrar que tu não queres namorar comigo, que eu quero namorar contigo e me afundo um pouco mais no meu poço de depressão!!

Viu só?! Sou um abismo de cretinisse.

20 março, 2011

Uma pequena fuga

Sabe, hoje é 20 de março.
Pra muitos é só um diazinho chinfrim...
(ok. direito deles!)










Mas, para mim, este é um dia maravilhoso!!
Foi quando, já há alguns anos, conheci uma pessoa que foi uma "Bomba H" na minha vida!
Um alguém que me fez, rir, gritar, chorar, bater, cantar (até dancar um pouco, me fazer conseguiu!)!!
Sempre somos/estamos muito próximos!

É uma data tão importante que sempre mecererá nota e distinção!

Por isso, hoje, chamei aqui alguém que pode dizer - com perfeição - a promessa que fiz para todo o sempre, porque se é pra ser é com vontade; se é pra fazer, é de verdade!

Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética",
Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.


Conheça a vida e a obra do autor em "Biografias".


Feliz dia 20 de março pra nós!!!!!
*frankj. costa*

10 março, 2011

*Queda de Mim*

Estou morrendo...

Comecei a morrer na noite na qual fui apartado de ti:
Sem chão de estrelas; sem dia branco; sem margarida!

A cada dia, um pouco mais de mim se ia: a luz dos meus olhos; a alegria de meu riso; a leveza de meu espírito; a felicidade de minha alma; a bondade de meu coração!

Agora mais de mim irá: a boa-vontade de meu caráter; a amizade de minha índole; a sanidade de minha mente; a saúde de meu organismo!

Então, serei uma massa vulgar: sem esperança em minha existência; sem expectativas em meu horizonte; tendo perdido Pneuma, deixo de ser Soma, sendo apenas Sarx!

Aos poucos, míngua em mim a chama da vida!
Profetizo o Momento da Queda de Mim!

A exata hora em que não poderei mais cavar motivos; desculpas; justificativas para continuar respirando...
Instante este em que nada é tudo que me restará!

Assim, pararei!
Alento deixará meu corpo; o Hálito se exaurirá...

Inerte, alcançarei minha extinção!
Jazerei na cova fria do oblívio: local onde permanece todo aquele que a Vida se tenha acabado antes do final!

Lugar ermo onde apenas o Inverno existe; onde o Sol não brilha jamais, a não ser para lembrar a seus moradores - com brilho cegante e calor abrasador - que sua danação, infinita, é eterna!

Que jamais se encontrará em tal lugar qualquer traço ou vestígio de compaixão; quiçá piedade!
Onde a sede não será saciada, a fome não será mitigada!

Pradarias vastas, cobertas por céu plúmbeo, atulhado de anjos disformes a cantarem em uníssono: lembrando-me sempre, mais e de novo, a miséria titânica que se assomou sobre mim desde o momento em que partiste para outras paisagens, mais verdes, mais elísias.

Asseverando a tirânica saudade que me consome, pouco-a-pouco e me levará à Morte: entregar-me-á a seus braços; a quem abraçarei sofregamente.
Desejando que aquele Ente fosses TU!

E, preso nesta ilusão auto-imposta, fecharei meu olhos e morrerei novamente.
Levando comigo minha única jóia, meu único valor: a recordação e a lembrança de ti!
Dissolvendo-me na imensidão do vazio!

*FrankJ. Costa*

18 fevereiro, 2011

*Pequena Ode de Saudade*

Há um tempo para tudo?

Um para amar?
Um para ser indiferente?
Um para chegar e outro para partir?

Horas de memória e outras de olvido?
Algumas de lágrimas?
Tantas mais de sorriso?
Momentos vãos e segundos gloriosos, existem?

Se não é um Grande Amor; que seria?
Afirma o poeta: "TODO amor é ETERNO! Se não for eterno, não é AMOR!"


¡TODETERNAMOR!

Um instante para a semeadura... Um para a colheita?
Um para a luz, a treva, a tristeza, êxtase, estase, agonia?
Um para ronronar, um outro para rugir?

Há um tempo para...
Ósculo frígido, lábios depauperados, ressequida derme?

Ressaibo de tua razia em mim!
Vexamento da vileza de mim!
Peleja incessante...

Pois há um tempo para tudo!

Há o de ser/estar e o de nulificar!

Todavia, o meu tempo de ti, este não findou-se!
Recrudesce, reverbera, ecoa, rimbomba, assevera-se em mim!

Não. Teu tempo em mim não passou!

Então, uma vez mais, Só retorno a meu claustro.
Com meu manto de solidão, tranco-me em minha clausura.

Desde o momento de tua partida, apenas isto me resta(rá).
Apenas isto terei; não estás aqui, nenhuma outra companhia humana me apetecerá!

Em solitude porque assim me fiz; porque escolhi tal senda.

Me libertei de tudo!
Contudo, sou prisioneiro de minha mesquinhez!

Envolto em minha mortalha, escondo meu rosto da luz...
Doravante, que minha boca somente deguste cinzas, que respire apenas fuligem.

Que não haja brilho em meu olhar, nem música em meu sorriso!
Que meus braços e pernas percam o tonus e não possam jamais levar-me ou segurar coisa alguma, a nenhum lugar.

Que meu peito perca seu calor e que meu coração cesse de pulsar!
Que meus olhos tornem-se opacos e que nenhum som me alcance, em minha surdez!

Pois dei a ti o Maior de todos os Poderes:
Poder para dobrar minha razão, curvar meu espírito, trancafiar minha alma!

SIM!
Dei-te-o!

Irrevogavelmente tens o Poder de saberes o que(m) sou:
Teu!!












*FrankJ. Costa*

15 janeiro, 2011

Y Qué Más?

- El chamariz en el chopo.
- Y qué más?
- El chopo en el cielo azul.
- Y qué más?
- El cielo azul en la agua.
- Y qué más?
- El agua en la hojita nueva.
- Y qué más?
- La hojita nueva en la rosa.
- Y qué más?
- La rosa en mi corazón
- Y qué más?
Mi corazón en el tuyo!!