Miradores

20 março, 2011

Uma pequena fuga

Sabe, hoje é 20 de março.
Pra muitos é só um diazinho chinfrim...
(ok. direito deles!)










Mas, para mim, este é um dia maravilhoso!!
Foi quando, já há alguns anos, conheci uma pessoa que foi uma "Bomba H" na minha vida!
Um alguém que me fez, rir, gritar, chorar, bater, cantar (até dancar um pouco, me fazer conseguiu!)!!
Sempre somos/estamos muito próximos!

É uma data tão importante que sempre mecererá nota e distinção!

Por isso, hoje, chamei aqui alguém que pode dizer - com perfeição - a promessa que fiz para todo o sempre, porque se é pra ser é com vontade; se é pra fazer, é de verdade!

Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética",
Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.


Conheça a vida e a obra do autor em "Biografias".


Feliz dia 20 de março pra nós!!!!!
*frankj. costa*

10 março, 2011

*Queda de Mim*

Estou morrendo...

Comecei a morrer na noite na qual fui apartado de ti:
Sem chão de estrelas; sem dia branco; sem margarida!

A cada dia, um pouco mais de mim se ia: a luz dos meus olhos; a alegria de meu riso; a leveza de meu espírito; a felicidade de minha alma; a bondade de meu coração!

Agora mais de mim irá: a boa-vontade de meu caráter; a amizade de minha índole; a sanidade de minha mente; a saúde de meu organismo!

Então, serei uma massa vulgar: sem esperança em minha existência; sem expectativas em meu horizonte; tendo perdido Pneuma, deixo de ser Soma, sendo apenas Sarx!

Aos poucos, míngua em mim a chama da vida!
Profetizo o Momento da Queda de Mim!

A exata hora em que não poderei mais cavar motivos; desculpas; justificativas para continuar respirando...
Instante este em que nada é tudo que me restará!

Assim, pararei!
Alento deixará meu corpo; o Hálito se exaurirá...

Inerte, alcançarei minha extinção!
Jazerei na cova fria do oblívio: local onde permanece todo aquele que a Vida se tenha acabado antes do final!

Lugar ermo onde apenas o Inverno existe; onde o Sol não brilha jamais, a não ser para lembrar a seus moradores - com brilho cegante e calor abrasador - que sua danação, infinita, é eterna!

Que jamais se encontrará em tal lugar qualquer traço ou vestígio de compaixão; quiçá piedade!
Onde a sede não será saciada, a fome não será mitigada!

Pradarias vastas, cobertas por céu plúmbeo, atulhado de anjos disformes a cantarem em uníssono: lembrando-me sempre, mais e de novo, a miséria titânica que se assomou sobre mim desde o momento em que partiste para outras paisagens, mais verdes, mais elísias.

Asseverando a tirânica saudade que me consome, pouco-a-pouco e me levará à Morte: entregar-me-á a seus braços; a quem abraçarei sofregamente.
Desejando que aquele Ente fosses TU!

E, preso nesta ilusão auto-imposta, fecharei meu olhos e morrerei novamente.
Levando comigo minha única jóia, meu único valor: a recordação e a lembrança de ti!
Dissolvendo-me na imensidão do vazio!

*FrankJ. Costa*