Miradores

31 maio, 2012

...Não tem Nome, Aquilo que Perdi...


Como fora, jamais será.
Não tem nome, o que eu sinto falta.
Posso, apenas, tentar descrever...

Quando jovem, senti-me como o próprio espelho do céu:
Quando chovia,
eu chovia.
Quando estava cinzento,
eu era cinzento.
E quando o sol nascia,
eu nascia de mim.

Como se despisse duma pele, entrando num belo e novo mundo:
todo pura química,
de afetos sazonais....

Naqueles dias, eu tinha mais atenção ao céu do que agora...
Parecia que existia mais céu;
as nuvens atravessavam-me e a chuva era profundamente absorvida pela minha pele, enquanto neve caía em meu coração...
Não tem nome, aquilo que perdi,
Posso, apenas, tentar descrever...
Fui mancebo, correndo pelos campos até a casa, enquanto escurecia.
O coração pulsando na boca depois de uma grande aventura.

O céu corria atrás de mim e as nuvens pareciam águias cinzentas, com garras e de asas abertas...
E este era meu medo na noite iminente:
o que eu sentia por dentro, virava-se do avesso e espelhava-se no céu.
Não tem nome, aquilo que eu perdi.


*frankj costa*