Miradores

05 setembro, 2011

De Ser ou Não Ser


Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
"

tradução de SILVA RAMOS, Péricles Eugênio da

Hamlet Editora Abril, 1976.



Adespeito de qualquer coisa, sei que te amo!

Não mais namoramos, talvez apenas pelo fato que foste aonde eu não pude te acompanhar.



Fiquei aqui "...com meu trabalho e meus amigos..."; já dizia Renato Russo.

Mas terei mesmo algo de importante longe de ti??



Ok, ok. Sei conhecerei gente nova, quiçá interessantes, mas as quero conhecer?!

Tudo ficou manchado - desfocado - desde que partistes...



O sol não me ilumina o dia - ofusca-me a visão!

A lua não me acalenta - oprime-me a alma!

O vento não me acaricia - açoita-me!



Agora vivo cercado de sombras, de fantasmas de tudo: tudo que poderia ter feito, ter dito, ter vivido... mas não ocorreu.


Esta é minha maior mágoa, meu único arrependimento: tudo aquilo que pensei e não fiz, desejei e não tive.

Sei que boa parte disso se deve a mim: minha teimosia, minha intransigência, minha monstruosidade.

'monstruosidade?'. Tu poderias perguntar. Sim, isso mesmo: monstruosidade!

porquê; tu perguntarias. Eis a resposta (embora ela não seja ininteligível por si): estou apaixonado, não sou correspondido – apenas sabe dizer que “não consigo te ver como namorado” e outras coisas semelhantes, já passei por situações, no mínimo, inglórias, mas não me afasto.

Porquê?!? Tu poderias perguntar e esta é a explicação: apesar das inglórias, eu estou apaixonado (mas isso não é motivo bastante, poderias argumentar, e realmente não o é), e mais que tudo: estou cansado, cansado de tentar, de sofrer e, principalmente, de estar só.

Sempre fui um tipo solitário – sozinho mesmo! Daqueles de ter como melhor amigo uma revista de palavras-cruzadas – mas estou tão terrivelmente cansado de ser só; que agora busco não estar só, simplesmente ter uma companhia!!



Mesmo que não seja a mais indicada, a mais proveitosa, mesmo que me magoe, me faça sofrer, me fira; mas não quero me sentir sozinho.

E, pra isso, até os perrengues que passo – com direito a sentimento escanteamento e abandono – frente a perspectiva de estar e sentir-me só, parece algo bom!

Agarro-me a isso, apenas como um parvo e parco paliativo da agonia que me consome!!



Agonia assaz truculenta e voraz, nascida da ausência de ti.

Alimentada pelo meu amor por ti.

Ampliada pela saudade de ti.



Recrudescida do fato de eu saber que me amas, mas que jamais seremos como fomos um dia outrora; ao menos não nesta vida!



*frank j. costa*: