Miradores

22 junho, 2010

#Grix Dies# (um dia cinzento)

Originalmente postado em 7 04 2010no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Sabe aqueles dias… nos quais tudo que se quer fazer é NADA?

Hoje foi assim comigo, nenhum motivo especial, nenhuma causa racional.

Apenas o reflexo da saudade que sinto de uma época em que a certeza de minha felicidade era absoluta e inabalável!

Comigo estes dias tem-se tornado cada vez mais lugar-comum; então vem alguém e diz:

"Você precisa se permitir mais..."

E isso enche meus olhos de nuvens de lágrimas ao fazerem lembrar quantas vezes ouvi esta frase de ti, e o quanto eu quiz [de profundis cor] me permitir tudo quanto tu quisesses ou viesses a querer (não que alguém se importe – afinal, já começo acreditar que

alguém

não se importa mais…)

Finalmente os outros concluem que sou (um tanto) excêntrico; ou que estou sempre inventando uma coisa ou outra para fazer, para lhes evitar a companhia. Mas… Hoje sinto vontade de nada!!!

O único desejo que ainda pulsa em mim é a terrível coceira no meu dedo de discar teu número telefônico apenas para ouvir tua voz… e; mas… o que eu diria a ti para justificar minha chamada?!

Então fico aqui, parado, escrevendo esta carta que nunca entregarei, neste blog que jamais lerás, onde – talvez – seja mais seguro… onde posso me esconder na anonimidade da informação do universo digital {escondido às vistas(??) de todos}!

Mas, mesmo assim, fico preso à luz bruxuliante deste dia gris, desta noite erma e abissal que assola minha mente com a recordação de uma Felicidade tão doce e punjente que até hoje não entendo como pude permitir que ela escorresse por entre meus dedos e fosse levada pelo Vento Norte. Ouço no fundo da minha mente tua voz declarando

“Tu tens que te permitir mais….”

PERMITIR?

PERMITIR!?

PERMITIR?!?!

O QUE MAIS ‘POSSO’ ME “PERMITIR”?!?!
O QUE MAIS QUERES QUE EU ME PERMITA?

(EU me PERMITI deixar PARTIRES!!!)

Mas tenho medo de te pedir para voltar e assim fazer com que vás ainda mais para longe de mim…
E agora fico aqui:> chupando o dedo, pensando na morte da bezerra e no casamento da viúva com a raposa (naqueles dias pálidos onde há chuva-e-sol)!
Com o coração tão comprimido no peito que, às vezes, chego a pensar que ele não mais pulsa… De tanta tristeza que ele carrega fez greve esperando por tua volta!

*Frank J. Costa*

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