Miradores

18 fevereiro, 2011

*Pequena Ode de Saudade*

Há um tempo para tudo?

Um para amar?
Um para ser indiferente?
Um para chegar e outro para partir?

Horas de memória e outras de olvido?
Algumas de lágrimas?
Tantas mais de sorriso?
Momentos vãos e segundos gloriosos, existem?

Se não é um Grande Amor; que seria?
Afirma o poeta: "TODO amor é ETERNO! Se não for eterno, não é AMOR!"


¡TODETERNAMOR!

Um instante para a semeadura... Um para a colheita?
Um para a luz, a treva, a tristeza, êxtase, estase, agonia?
Um para ronronar, um outro para rugir?

Há um tempo para...
Ósculo frígido, lábios depauperados, ressequida derme?

Ressaibo de tua razia em mim!
Vexamento da vileza de mim!
Peleja incessante...

Pois há um tempo para tudo!

Há o de ser/estar e o de nulificar!

Todavia, o meu tempo de ti, este não findou-se!
Recrudesce, reverbera, ecoa, rimbomba, assevera-se em mim!

Não. Teu tempo em mim não passou!

Então, uma vez mais, Só retorno a meu claustro.
Com meu manto de solidão, tranco-me em minha clausura.

Desde o momento de tua partida, apenas isto me resta(rá).
Apenas isto terei; não estás aqui, nenhuma outra companhia humana me apetecerá!

Em solitude porque assim me fiz; porque escolhi tal senda.

Me libertei de tudo!
Contudo, sou prisioneiro de minha mesquinhez!

Envolto em minha mortalha, escondo meu rosto da luz...
Doravante, que minha boca somente deguste cinzas, que respire apenas fuligem.

Que não haja brilho em meu olhar, nem música em meu sorriso!
Que meus braços e pernas percam o tonus e não possam jamais levar-me ou segurar coisa alguma, a nenhum lugar.

Que meu peito perca seu calor e que meu coração cesse de pulsar!
Que meus olhos tornem-se opacos e que nenhum som me alcance, em minha surdez!

Pois dei a ti o Maior de todos os Poderes:
Poder para dobrar minha razão, curvar meu espírito, trancafiar minha alma!

SIM!
Dei-te-o!

Irrevogavelmente tens o Poder de saberes o que(m) sou:
Teu!!












*FrankJ. Costa*