Miradores

26 junho, 2010

Inharmônico


este é novo



Eu?
__Serei o mesmo?

______________ou vislumbro meu sonho? (quê??)

Eu próprio?

______________ou algum outro? Qualquer outra coisa?



______________Místico?

__________________________Monstro?

_____________________________________Mítico?


O sol caminha para seu sono

Meu olhar se perde na recordação
_____________________
Tenho bons dias em meus sonhos
____________________ Ponho-me em tuas horas


Quero o amor da chama infinda

Toco-te com meus olhos....

Tua pele ri de mim



...Eu choro...

*Frank J. Costa*

Nulo de Nada; Nada de Ninguém

Originalmente postado em 29 11 2009 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Silvam às árvores…
Farvalha o vento nos galhos,
eternidade cantante,
nada, de ninguém.

Assim sigo na obscuridade.
Digo “sim” à ignorância!
Busco alívio no esquecimento…
Nulo de nada!


*Frank J. Costa*

Requiem

24 junho, 2010

*Te Vejo Então*

Originalmente postado em 23 09 2009 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Ojos Asì

De tez bruna, olhos avelãs, nariz afilado, lábios finos; corpo pueril e imberbe, cabelos como a noite. Odor delicado, pele macia…

Desejo teu toque, deglutir teu sabor, respirar o hálito expirado de teus pulmões!

Ter-te próximo a mim, aninhar-te no aconchego de meus abraços, ouvir os sons de teu corpo enquanto dormes:

O coração batendo compassado…
O perfume de ti espairando pelo ambiente…
Intoxicando-me com a excelsa leveza de ti!
Impregnando minha existência com tua presença inolvidável…

Descerrar meus olhos e ve-te; porém – antes mesmo de despertar – sentir teu calor envolvendo-me como um cobertor diáfano, perene, reconfortando meu existir!!
Ouvir tua voz e tê-la como sino fantástico da imorredoura emoção que jaz encerrada em meu âmago.

Sentimento sôfrego que busca defletir-se à refrega que convulsiona e assoma sobre todos e sobremaneiramente sobre mim…

Estupefaço-me estupendamente frente ao algoz terrificante de mim: Recordar-te!!!!

Brutal ardil que enrodilha minha existência,
isolando-me do pneuma numinoso que (como alento)
atenuaria o vazio excruciante que preenche meu ser.
Embotando a percepção de mim…
Opróbrio infindo que fustiga com látego inexaurível minh’alma!!

No entanto, persiste a emoção: Cálida,
Irredutível,
Diáfana.

Permanece constituindo um marco do mais puro jaspe encrustado na mais alva carrara.
Diamantino e inabalável em seu existir; remanesce intocada e íntegra como pérola de regiões marítimas abissais…

Tal emoção assim tão magna,
embora prisioneira,
é-me sustentáculo!
Emperdeniza minha alma e mente
frente a tudo e todos!
Fazendo-me galgar alturas sidéras,
levando-me à paragens ermas!

Fecho meus olhos e deixo que o vento lave todas as amargas memórias; seque toas as lágrimas de meu rosto!
Doo-me e permito que Ninfas levem-me pelos braços além da penumbra, além do Umbral.

Abro meus olhos e…
Te vejo então!
Abro meus olhos e…
Te beijo então!
Abro meus olhos e…
Te sinto então!
Abro meus olhos e…
Te amo então!

*Frank J. Costa*

*OPOSTOS/SOTSOPO*

Originalmente postado em 18 01 2010 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Luz/Sombra
Sim/Não

Oposto, mas não desiguais!
Complementares dessa existência que se sabe Humana.

Deste calvário ao qual chamamos “amar”…

Senda de mistérios insondáveis…
Canyon de certezas mortas

E na Mortalha dos Esquecimentos me envolvo e espero por ti:

Pórtico Supremo que transubstanciará minha essência e me tornará o que jamais poderei ser a não ser a teu lado!

Posto que teu AMOR é TUDO que me falta!

*Frank J. Costa*

Vox Meii

Originalmente em 05 02 2010 no antigo endereço (cartasparaninguem.wordpress.com)

Ocaso

Ouvirás minha voz antes de teu derradeiro Crepúsculo
E nas trevas cairás,perecerás
Ouça a minha voz, minha sentença

Ouça-me e perca-se-me

Minha voz será o teu requiem
Teu convite para a Morte e apelo
Para teu infortúnio eterno

Ouça-me e perca-se-me

Nas trevas sonharás
Antes do último Ocaso
Antes que a Lua surja

Ouça-me e perca-se-me

Morrerá em ti a minha lembrança
E tua vida em mim como a palha secará
Meu requiem de Morte e desterro

Ouça-me e perca-se-me

Adeus aos beijos, às canções!
Sou carrasco de Cartas jamais escritas
A saudade é a sombra do tempo em que tua sede era saciada na minha boca
Não mais!

Ouça-me e perca-se-me

Ao fechar o dia perecerei
Tua lembrança, ao amanhecer, em mim fenecerá
Minha lembrança, em ti, findará

Ouça-me e perca-se-me

Putrefaço sozinho,
na esperança de ficarmos
juntos novamente!!

Ouça-me e perca-se-me

*Frank J. Costa*

Crepúsculo

22 junho, 2010

Litania de Silêncio

Originalmente posta em 12 03 2010 no antigo endereço (cartasparaninguem.wordpress.com)

Rua do Silêncio

Ai de mim…
O Silencio fala: de mim, comigo, para mim, mas não por mim!
Ele não te fala da saudade que me devora as entranhas… Não te conta da esperança que nutro no meu âmago!!

Estes dois pólos entre os quais gravito e que recitam insistentemente a mesma cantilena:

Ai de ti…! Quando as estrelas todas se houverem apagado e tudo existir na mais profunda escuridão… A lembrança de sua voz será a única coisa a garantir-te tranqüilidade em tua vida. Neste abismo caótico que se oculta sob a mansa e ilusória placidez da superfície da tu’alma… Ai de ti… O turbilhão incontrolável que te move para frente e simultaneamente paralisa a mente dilacerada que já não possui, agora, sequer o mais tênue rastro de autoconsciência. Tão aturdida que encontra-se; presa do abismo intransponível da autocomiseração insidiosa, “desmisericordiosa” ate! Ai de ti!! Que choras a sombra dos desejos jamais realizados. Das glorias nunca cantadas. Ai de ti: que te tens deixado perder nos temporais da angustia muda, detentora de mil gritos teus, possuidora de clamores infindáveis…

Ai de mim… Ai-de-mim…
Pois inexorável a canção prossegue; e eu, que aguardo teu retorno que nunca chega; tua presença que nunca me basta…

*Frank J. Costa*

Nativo da Treva

originalmente postado em 4 04 2010 no antigo endereço (cartasparaninguem.wordpress.com)

Talvez qualquer pessoa hoje… talvez qualquer pessoa amanhã; mas para o resto de meus dias eu estarei sempre na manhã infestada pelos fantasmas da memória de teu cheiro a acordar meus sentidos. Pela tessitura tenra e acolhedora de teus abraços; tua pele recostada à minha; enchendo-me com a certeza incondicional do que sentes por mim e que jamais poderei explicitar como me senti ou como me sentirei.

Sequer consigo dizer-te como me sinto agora! Quiçá esta certeza que tenho seja ilusória, mas o que de concreto existe na vida humana? Quem sabe se realmente existem monstros no abismo e se estes – em verdade – olham-nos de volta quando encarados?? ‘Como pode, então, inspirar nos corações humanos a amizade; se tão contrário a si é o mesmo amor?’.

E na escuridão tateio em busca de tua face familiar e acalentadora.

*Frank J Costa*

#Grix Dies# (um dia cinzento)

Originalmente postado em 7 04 2010no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Sabe aqueles dias… nos quais tudo que se quer fazer é NADA?

Hoje foi assim comigo, nenhum motivo especial, nenhuma causa racional.

Apenas o reflexo da saudade que sinto de uma época em que a certeza de minha felicidade era absoluta e inabalável!

Comigo estes dias tem-se tornado cada vez mais lugar-comum; então vem alguém e diz:

"Você precisa se permitir mais..."

E isso enche meus olhos de nuvens de lágrimas ao fazerem lembrar quantas vezes ouvi esta frase de ti, e o quanto eu quiz [de profundis cor] me permitir tudo quanto tu quisesses ou viesses a querer (não que alguém se importe – afinal, já começo acreditar que

alguém

não se importa mais…)

Finalmente os outros concluem que sou (um tanto) excêntrico; ou que estou sempre inventando uma coisa ou outra para fazer, para lhes evitar a companhia. Mas… Hoje sinto vontade de nada!!!

O único desejo que ainda pulsa em mim é a terrível coceira no meu dedo de discar teu número telefônico apenas para ouvir tua voz… e; mas… o que eu diria a ti para justificar minha chamada?!

Então fico aqui, parado, escrevendo esta carta que nunca entregarei, neste blog que jamais lerás, onde – talvez – seja mais seguro… onde posso me esconder na anonimidade da informação do universo digital {escondido às vistas(??) de todos}!

Mas, mesmo assim, fico preso à luz bruxuliante deste dia gris, desta noite erma e abissal que assola minha mente com a recordação de uma Felicidade tão doce e punjente que até hoje não entendo como pude permitir que ela escorresse por entre meus dedos e fosse levada pelo Vento Norte. Ouço no fundo da minha mente tua voz declarando

“Tu tens que te permitir mais….”

PERMITIR?

PERMITIR!?

PERMITIR?!?!

O QUE MAIS ‘POSSO’ ME “PERMITIR”?!?!
O QUE MAIS QUERES QUE EU ME PERMITA?

(EU me PERMITI deixar PARTIRES!!!)

Mas tenho medo de te pedir para voltar e assim fazer com que vás ainda mais para longe de mim…
E agora fico aqui:> chupando o dedo, pensando na morte da bezerra e no casamento da viúva com a raposa (naqueles dias pálidos onde há chuva-e-sol)!
Com o coração tão comprimido no peito que, às vezes, chego a pensar que ele não mais pulsa… De tanta tristeza que ele carrega fez greve esperando por tua volta!

*Frank J. Costa*

21 junho, 2010

Por isso te perdi…(?)

Originalmente postado em 14 04 2010 no antigo endereço (cartasparaninguem.wordpress.com)

Tenho anotado, em algum lugar, todas as coisas que me escreveste. Umas outras tantas que me disseste, ainda ecoam em minha memória.

Vai daí… Esta minha incapacidade de desvencilhar-me de ti!! És presente nos mais insignificantes pormenores de minha vida… Lembro de ti até dormindo!

Então resolvi me reformular!! Posto eu ser sempre CRIATURA DE MIM! Eu, criador de mim!!!

A versão anterior era muito mais

“Dane-se tudo e todos, que vão todos pro inferno, junto comigo!”.

A nova versão é mais

“que se dane! Tenho direto de ser feliz; nem que seja sozinho!!!”.

Pois não são os mortos de corpo que me assustam e me dão medo… são os de mente e de alma; estes me assustam muito mais!

Presos em suas mortalhas de carne, ossos e frustração! Mascarando suas maldades com um verniz de polidez ácida…

Temo ficar assim!

Temo perder-te ainda mais em mim!

Temo perguntar se ainda me tens em ti…

Nunca mais teu cheiro me acordou!

Nunca mais tua voz meu sono embalou!

Nunca mais me aqueci no teu coração!

Passo frio longe de ti!

Passo fome londe de ti!

Passo da sanidade longe de ti!

Externo meus sentimentos em forma de palavras,

Assim me fragilizo e vulnerbilizo.

Sei demonstrar, declarar o meu amor

e tu, talvez, jamais saiba o bem que me faz,

e o desespero que sinto, ao pensar em viver sem isto.

Tenha a certeza de em cada sorriso,

em cada gesto,

em cada elogio,

e até nas discussões,

sempre estará o meu amor por ti.

Não deixe de me amar,

se for possível,

e perdoe meu jeito de “ser” amor….

É a forma que sei,

é o que tenho a oferecer,

é o meu melhor.

É mais forte do que eu,

continuo… porque eu preciso te dizer:

“Eu amo você”.

“Passarinho, queres tu brincar comigo?”

*Frank J. Costa*



*PRISÃO SEM MUROS*

Originalmente postado em 21 04 2010 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Nada me é tão claro quanto a Solidão

Nem mesmo o ciúme, que vez por outra me acomete, é assim tão explícito.
Minha Solitude ganhou ares titânicos na mesma noite em que senti teu calor, pela vez derradeira, dissolver o frio residente de meu espírito. No momento exato em que teus olhos deixaram de brilhar por mim; para mim!
Neste instante, bem neste, Soledade avivou-se e adentrou – perpetuamente – minha existência (que tornara-se ôca de signos e significados).

Mas ela é indiferente à minha dor e ri-se das parvas e esparsas tentativas por mim feitas de mitigar-lhe a tirania.
Contudo não consigo odiá-la; pois, sendo tu sua causadora, seria-me o mesmo que odiar a ti!

Feito este que é-me impossível!…

Posto serem os recordos que tenho de ti o único motriz que impulsiona meus pulmões a inspiração-expiração.

O lembrar-te: a única Luz que faz-me sorrir nos plúmbeos dias de sol!

Amar-te descompassadamente é o que induz meu coração pulsar empurrando o sangue pelas veias ao ritmo das músicas que juntos cantamos.

Tudo em mim vibra na intensidade justa dos versos e poemas que trocamos, das confidências e segredos que compartilhamos.

Da mão – sempre estendida – prolongam-se dedos tenazes, como vermes-vampiros, partindo em busca de tua carne, teu calor; meu nariz enxerga teu perfume açucenal em cada ser; meus ouvidos sentem tua voz, os sons de teu corpo, mesmo no mais hermético cofre – ou no mais profundo abismo oceânico; minhas pernas e pés não sabem deixar outro rastro que não seja o teu!!

Já não possuo pegadas próprias…

Meus olhos não discernem coisa outra que não seja o reluzir do sorriso franco que ilumina tua face e tantas vezes – mesmo agora – rejubila minh’alma!

Decerto sejas a unicidade de meu contentamento,

de minha consternação e nostalgia também o és!

Saciedade da implenitude de mim!!

E assim perdido, perambulo na vagacidade de meu existir buscando resgatar quiçá o limiar de toda a felicidade que me proporcionaste e que te retribuí tão canhestramente – mesquinhamente -, sempre intentando ocultar minhas deficiências de espírito, meus vícios de caráter.
Meu canyon impreenchível.

Tentei jamais perder-me-te, porém tu te foste para longe do meu lado e eu permaneci aqui:
Prisioneiro da estase provocada pelo amor que dedico a ti…

És, pela Eternidade, meu ópio causador de meu êxtase.

Então??

Preso por vontade” me mantenho.

Isto é tudo que posso fazer: trancafiar-me nesta minha prisão sem muros!!


*Frank J. Costa*


Alan Jackson - Remember When