Miradores

22 julho, 2012

Jamais vu(*)


Muita coisa acontecendo…
Tanta decepção...
Aquele sentimento de impotência.
Aquela brutal saudade da vida de antes,
de quem se era antes...

De repente me descubro
Desesperadamente buscando alguém do passado
que me faça lembrar,
sentir, viver aquilo de novo...
Porém o tempo passou... e não percebi…
Nada é como antes, tudo mudou…

Aí peço aos céus que me enviem algo novo
Para acender a esperança...
Serei atendido??
Nem mesmo eu consigo explicar o que se passa.
Embora eu saiba que tudo passa:

Há dias que me encaro no espelho:
E surge aquela dúvida:
Será que sou isto?
Era isto que eu devia ser quando “crescesse”??

Não sei…
Tem tanta coisa que não foi dita
Não sei se sou tão feliz assim
Trabalho, amor...
Que falta sinto da leveza do meu sorriso.

Ainda sinto aquela estranheza
Aquele brilho difuso no teu olhar
Quando uma última vez me sorriste
Adeus” disseste, e não percebi que era definitivo
E agora ando em círculos

Não me reconheço mais naquele reflexo:
Agora mais velho (mas serei mais maduro?),
Por isso eu quero mais
Não dá pra ser depois
Minha hora é agora



(*) “Jamais vu” ["Nunca Visto"], expressão francesa que explicitamente significa não recordar ver algo antes. A pessoa sabe que aconteceu antes, mas a experiência faz-se sentir estranha. Descrito como o oposto do ‘déjà vu’, o jamais vu envolve uma sensação de medo e a impressão de observar uma situação pela primeira vez, apesar de, racionalmente, saber que se esteve na situação antes.
Jamais vu é frequentemente muito desorientador e distrativo.