Miradores

12 outubro, 2023

"Além das Palavras"





Não quero falar de saudades, embora seja do que meu coração está cheio.
Não quero falar de tristezas, embora seja o que minh'alma transborda.

Tão-pouco quero falar de esperanças, sentimento que me é estranho.
Ou mesmo de anseios, embora todos me cobrem isto, de alguma forma.


Não quero falar de sorrisos, que iluminavam meu caminho.
Ou de sonhos que me guiaram, mesmo com tudo perdido.

Não quero falar d'amor, que aqueceu meu peito em amanheceres idos.
Ou da alegria, por cada momento que talvez eu tenha sentido.

Pois no fim das contas, palavras são falhas,
O que realmente importa é o que se expressa, para além delas.

11 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_XI

Onzenário
Nascido de Belém,
Cidade Mangueirosa,
Conheço as histórias
Da moça do táxi do Soledade;
Dos seus bucólicos cenários...





10 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_X













Dez Visagens?
O Pará me pariu,
Terra do Açaí,
E do Igarapé das Almas;
Descubra novos horizontes 
Vistos do Forte do Castelo

09 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_IX



Nove, Amor?
Amo e sou amado.
Juntamente, me decepciono.
Por outro lado, desanímo.
Similarmente, desentôrpeço.
Ao contrário, um eterno apaixonado!



08 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_VIII



Oito Esquetes
Meu ano é 77
Meu número é 39
Minha soma é 14
Minha sorte é viver
Minha vida, pó e azia

07 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_VII

Sete Jeitões
Sofro e rio
Rio e sofro
Não há opções
Move os músculos
Do rosto

06 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_VI


Seis Semantemas,
Belém do Pará:
Terra onde o sol beija a chuva,
Berço do meu eterno Devenir.
Que aprendeu a gostar ou ceder,
A sonhar por existir.

05 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_V

Cinco, N'Atividade...
É milnovecentossetentasete,
Nasceu um poeta?
Transfaz em versos:
S'as alegrias e tristezas;
S'as firmezas e óbices.

04 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_IV


Quatro Antagonistas:
A vida é um paradoxo
De amor em dor,
De fé na descrença,
De riso e choro,
De espinho em flor.

03 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_III



Três Contra-astes
Um especialista,
Em rir sofrendo;
Em sofrerrindo.
Em fazer de dor:
Um'arte

Quatro Antagonistas:
A vida é um paradoxo
De amor em dor,
De fé na descrença,
De riso e choro,
De espinho em flor.

Cinco, N'Atividade...
É milnovecentossetentasete,
Nasceu um poeta?
Transfaz em versos:
S'as alegrias e tristezas;
S'as firmezas e óbices.

Seis Semantemas,
Belém do Pará:
Terra onde o sol beija a chuva,
Berço do meu eterno Devenir.
Que aprendeu a gostar ou ceder,
A sonhar por existir.

Sete Jeitões
Sofro e rio
Rio e sofro
Não há opções
Move os músculos
Do rosto

Oito Esquetes
Meu ano é 77
Meu número é 39
Minha soma é 14
Minha sorte é viver
Minha vida, pó e azia

Nove, Amor?
Amo e sou amado.
Juntamente, me decepciono.
Por outro lado, desanímo.
Similarmente, desentôrpeço.
Ao contrário, um eterno apaixonado!

Dez Visagens?
O Pará me pariu,
Terra do Açaí,
E do Igarapé das Almas;
Descubra novos horizontes 
Vistos do Forte do Castelo

Onzenário
Nascido de Belém,
Cidade Mangueirosa,
Conheço as histórias
Da moça do táxi do Soledade;
Dos seus bucólicos cenários...

02 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_II

Dois fios,
A desiludir-me;
Não desisti.
Revi, repensei,
Me informei,
Especializei-me em quê?

01 julho, 2023

Ainoin-Tsvaiziben_I



Uma Origem
Em Belém,
Cidade de chuva e fé;
Entre risos e lágrimas.
Amando/sendo amado
'perhaps?'

29 junho, 2023

*Ecos pelo Caminho*

"Saudade/Amor/Solidão/Abandono/Escárnio/Solitude"

Palavras que revoam, ecoam, em minha mente enquanto caminho pelas ruas da cidade, nas madrugadas vazias.

Uma noite que cai e me engolfa para escuridão; como um manto de tristeza e desespero.

Um amor que nunca conheci. Um vago que me consome, mesmo estando cercado por pessoas. Eu sinto falta de algo que nunca tive.
 
Para onde me dirijo? Que destino me aguarda ao término desta peregrinação eremítica?

Tenho por única companhia e consolo a solitude. Então caminho, ao deus-dará, sem rumo, sem destino. 
Solto e errante, apenas caminho, tentando fugir de mim mesmo. Tentando fugir das frivolidades que me consomem.

A solução está em aberto. Quiçá eu reencontre a serenidade que (talvez) almeje. Oxalá eu reencontre o findamento que tanto anseio.

26 maio, 2023

*pa-re-do-lia*


Raios soam! O som arrepia.
A rã caiu, sua ira: uai! Isso dá?
Mala de lua, anil, a lula amei.
Amei a lula, anil, a lua de mala.

Roda a palavra, viva a maravilha!
Ó, rara aluna, nua e viva ao avesso!
O sol nasceu, o céu vazou, zás! Saiu o azul.
Luza Rocelina, a namorada do Manuel, leu na Moda da Romana: "Anil é cor azul".

Ó mão tola, boba, lama limpa, o golpe maravilha!
Assim, agora! O nome dela! Bela, calada, mal e limpa.
À caça, ecoa-se som, oca é cada assomo.
O olho do oco coa no ouro, no lixo, no coco, no sapo poça.

Emaranhados são os versos, como um jogo de espelhos,
O nonsense floresce em cada linha, confundindo os sentidos,
Palíndromos dançam, invertendo o sentido das palavras,
Um desafio para a mente, uma experiência surreal.

23 maio, 2023

*Da saudade e outras odes*

Agora, nas asas da saudade, abandono-me
Embalo-me no vazio que a tua ausência invade.
Mergulho na escuridão, triste e desamparo.

Titubeio pelas memórias restantes do passado,
Onde outrora sorriso brilhava, encantado.
Jaz, ora, apenas um eco de dor e desalento,
Pois a morte do amor me deixou desolado.

Te abandono agora, mas a alma permanece:
Inerte, buscando um alento que desvanecente.
O tempo se arrasta, implacável,
Enquanto a solitude insiste na insaciedade.

A solidão me consome, tal fogo que ardente,
Deixa em mim apenas um vazio covarde.
E a Morte, que sussurra em cada esquina,
Enquanto perambuleio, imploro por nova sina.

Nos abandonamos, agora, nas entrelinhas do destino,
No desatino das certezas em que fomos presos.
Na vacuidade de nosso peito, ecoa um grito silente,
Pleno de um lamento, por um amor já findo.

E, no adeus de hoje, cavemos forças para (re)começar,
Um amor, uma dor, uma vida.