Miradores

22 junho, 2010

Litania de Silêncio

Originalmente posta em 12 03 2010 no antigo endereço (cartasparaninguem.wordpress.com)

Rua do Silêncio

Ai de mim…
O Silencio fala: de mim, comigo, para mim, mas não por mim!
Ele não te fala da saudade que me devora as entranhas… Não te conta da esperança que nutro no meu âmago!!

Estes dois pólos entre os quais gravito e que recitam insistentemente a mesma cantilena:

Ai de ti…! Quando as estrelas todas se houverem apagado e tudo existir na mais profunda escuridão… A lembrança de sua voz será a única coisa a garantir-te tranqüilidade em tua vida. Neste abismo caótico que se oculta sob a mansa e ilusória placidez da superfície da tu’alma… Ai de ti… O turbilhão incontrolável que te move para frente e simultaneamente paralisa a mente dilacerada que já não possui, agora, sequer o mais tênue rastro de autoconsciência. Tão aturdida que encontra-se; presa do abismo intransponível da autocomiseração insidiosa, “desmisericordiosa” ate! Ai de ti!! Que choras a sombra dos desejos jamais realizados. Das glorias nunca cantadas. Ai de ti: que te tens deixado perder nos temporais da angustia muda, detentora de mil gritos teus, possuidora de clamores infindáveis…

Ai de mim… Ai-de-mim…
Pois inexorável a canção prossegue; e eu, que aguardo teu retorno que nunca chega; tua presença que nunca me basta…

*Frank J. Costa*

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