Miradores

Mostrando postagens com marcador canções. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador canções. Mostrar todas as postagens

27 agosto, 2015

දුEnaṭaraeāpaiyaක්


          Uma vez houve, há muito tempo atrás, em que me forcei a crer no amor.
          Mas que sabia eu, então, sobre o amor?

          Assisti a filmes; ouvi canções; li poemas, poesias; cartas de amor alheias.
          Também eu, cartas de amor escrevi.

          A maioria jamais entregues a quem quer que seja.
          Foram, todas elas, Cartas Para Ninguém!!

          Eis que o Tempo (este que com nada se importa, a não ser o próprio fluir) mostrou-me o Fim, depois do Início; que nada escapa à Entropia.
          Que todo e qualquer sentimento é verdadeiro e, por isto mesmo, está fadado ao desgaste, à Entropia.
          Mostrou-me, o Tempo, que certos sentimentos duram mais que outros, que alguns ganham uma sobrevida, evoluindo para alguma outra forma; mas mesmo estes findam. Mas isso, aprendi com o Tempo.

                    Porque os livros, as canções, os poemas, as poesias e cartas MENTEM!!

          Prometem roseiras sem espinhos, inícios sem fim, prazer sem agrura. Êxtase sem agonia.
          Queriam me fazer crer que o Idílio seria infindo.

          A “Cultura do Amor” também me ensinou a ser mesquinho.
          Não o egoísmo inteligente: aquele que te leva a atender vontades alheias para ter os próprios desígnios saciados.
          Ao invés disso, a ‘cultura do amor’ ensina a mesquinhez, a não considerar o outro e a atropelar tudo quanto exista no desespero de preencher o vazio existente em si.

                                                  E isto, esta dor, não quero mais.


13 abril, 2015

Do tempo que não-tempo tem.

http://www.publico.pt/local/noticia/o-tempo-ao-contrario-1691706


O tempo do não-tempo chegou.
Aquele trazido no fogo do coração da Estrela.

Gaia e toda a vida atravessa a linha de um tempo que é não-linear, dádiva celestial.
Tudo convergindo num único tubo de Luz mergulhando nas profundezas da Escuridão; perdendo-se nela para nunca mais.

Em que tempo estamos nós? Atravessando o tempo do não-tempo.

Estamos no olho do furacão, atravessando mares nunca d'antes navegados.
Estamos numa encruzilhada: autodestruição ou transformação.

Qualquer parada, um terremoto, qualquer partida um tsunami.
No Tempo do Não-Tempo não existem meias-verdades, tudo é sempre para nunca mais.

Em que tempo estamos nós? Atravessando o tempo do não-tempo.

E a Escuridão dobra-se sobre si mesma e vomita ainda mais Luz...
que perde-se em meio a escuridão nascida de si própria.

O Tempo do Não-Tempo chegou.
E nada será para sempre, pois a eternidade não existe mais.

06 fevereiro, 2015

Numa mesa, sob o quebra-luz...


http://animalshow.com.br/tag/abandono/


                         Não deveria ser; mas tem momentos que a solidão é tão acolhedora...

Sento a um canto, acendo um cigarro, enquanto vejo a fumaça que ascende lembro da tua voz -plena de sorriso- dizendo com aquele tom jocoso de quem lê piadas numa revista.

O amor é famélico, nunca contentando-se com migalhas.


Sinto o lábio se arqueando num parco sorriso; desses risos indecisos entre amarelo e saudoso, e penso com meus botões:

É idiotice, eu sei. Mas fazer o quê? Sinto tua falta. Tem vezes que eu queria que o tempo voltasse, só pra tentar fazer certo, desta vez.”.


Trago o cigarro e tento fazer aquelas rosquinhas de fumaça que já vi em tantos filmes noir, tantas vezes a teu lado. E, de novo, só consigo aquela nuvem amorfa: nenhuma rodela, nem rosquinhas, nem coisa alguma. Meu sorriso fica mais largo, agora eu rindo da minha estupidez.

Jamais consegui fazer uma sequer, ao longo da última década, e sinceramente nem sei porque ainda insisto...


Pego outro cigarro, e fico me encarando no reflexo da minha cigarreira de aço polido; tal qual um espelho.

"Talvez eu me sinta incapaz de fazer alguém feliz.". Penso me olhando no reflexo pálido.


"Porquê?" Lembro de te ter perguntado, certa vez, numa sorveteria; e você respondeu:


Porque me dá um medo desgraçador disso tudo: ser feliz, amar... medo de ser bom. Medo de gostar. Eu tenho esse medo; de que tudo que nos faz bem, temos medo.

http://blog.moshe.com.br/index.php/

10 março, 2013

Então Assim Ficamos-nos

Então fica-se assim:

Você aí com suas ideias que me ferem, e eu aqui ficando a fingir que me importo com coisas outras que não meu sofrimento, que é nascido do sofrimento que existe em ti.

Mas aí acabamos nisso: em fingir, te firo.

Agora seguimos por caminhos apartados: numa penumbra que obscurece meus sentidos e enxerga o vazio primevo do abismo existente em meu âmago.

Pouco importa eu declarar que qualquer ofensa não fora intencional...

A ofensa foi "feita" e nutro a impressão de que este é o único fato que parece te importar em detrimento de todos os outros, em detrimento da realidade objetiva dos fatos.

Daquilo ocorrido entre nós de tudo quanto se viveu

 É um direito que te assiste e porquanto eu discorde de o usares, recolho-me a minha evidente baixa significância aparente.

Por isso escrevo aqui onde sei que não haverás de ler.

Salvo por alguma fortuidade imprevista...




27 dezembro, 2012

“A verdade é que você chega nesse mundo sozinho, e sai do mesmo jeito.” — Cazuza.



"O sandálo perfuma o machado que o feriu" (Legião Urbana-Mil Pedaços)

Mas e quando o machado são suas próprias escolhas?

Quando o sândalo é a expectativa do que jamais será??



Que se deve fazer?



Hoje o dia foi cinza, vazio, oco.
Hoje fui por onde íamos juntos.
Hoje, tive plena certeza da falta que me fazes...
"tempus mudus ad litteras" diziam os romanos antigos...
Um dia sem cartas, sem sms, sem facemsg. Sem chamadas a cobrar...



E esta saudade estúpida que arranha minha vontade. Esta comiseração galopante que me enche a mente de recordações que não quero evitar, mas preciso.
Mas como evitar se hão lembranças espalhadas por tantos lugares, por tantas vielas?
Como fugir se, quando não são recordações in factu, são ranços de desejos não realizados que me atocaiam pelas esquinas?
Sabia que ia doer, tinha noção da amplitude, mas não sabia com certeza concreta até o peito doer na primeira saída à rua.



Gostaria de desistir, de voltar atrás, mas isso também seria uma fuga.
E não se pode fugir de si mesmo...
Então se tenta comprar alguma ilusão, uma distração qualquer! Mas mesmo isto já não funciona.
Me pus além do véu, farpas de realidade que sempre rasgarão o tênue e delicado tecido das farsas sinceras, das honestas mentiras.
Não sei mais mentir pra mim mesmo, desaprendi a fazê-lo, levei mais de uma década para aprender e não vou retroceder.

"...É que eu já me acostumei

Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei..."



E busco validar minha decisão, nem isso consigo.

Paga-se um preço por tudo quanto se decide, e não há preço 'alto demais', mas existem aqueles que nos atiram à borda do Abismo, aquele lugar cinza onde não se sabe mais o porque de continuar.
É onde me encontro agora, receoso de que o Abismo que encare de volta e veja, no reflexo de seus olhos vazios, a sobra de mim mesmo, soterrada nos escombros de meus fracassos, na turbulência que assola minh'alma e me convence -instante a instante- que apenas a Morte me consolará.



Meus braços possuem um vão, nascido da ausência do teu corpo entre eles.
Minha boca está seca, pela ânsia dos teus beijos.
Meu corpo é frio, porque se viciou no calor que tinha próximo ao teu.
Agora, Tudo e Nada pesam a mesma coisa.
E meu espírito pesa ainda menos.



 Ahemai certamente devoraria meu coração, se ele não estivesse tão negro de mágoas, de dissabores. Tão apodrecido que sequer é digno de passar pela balança de Maat!


"...Com você por perto

Eu gostava mais de mim..." (Legião Urbana-La Nuova Gioventú)


Mas agora? Que você não está mais por perto?
Pois muito de mim é movido a amor, movido a paixão...




“Amamos quem nos ignora, e ignoramos quem nos ama .” 

— garoto-sex. 

16 novembro, 2012

*o bailar dos vaga-lumes*




No campo aberto, vejo voarem os Vaga-lumes

Flutuando em meio ao brilho dos fogo-fátuos

E me deixo levar pelo vento


Dançando ao passo da brisa

Com delicadeza e alegria

Num esplendor magnífico


Me recordo de quando passeava
com quem me amava a ver os vaga-lumes

Hoje sou apenas eu...


A observar o brilho das lindas luzes ambulantes

E ela é minha mais linda borboleta



Me cobre de amor como se este fosse um manto


Me sinto leve

A voar pelo campo...

22 março, 2012

De Cá Pra Lá

Há um tempo atrás te conheci, me encantei, te amei!

Agora, de uns tempos pra cá, já não te tenho como outrora, mas ainda me encanto, te amo.

Sigo aos paços, com passos trôpegos de incipiente bebedeira; neles me entrego às recordações de tudo o que foi, do que veio e não ficou, das esperanças do que virá (se é que algo ainda vem...)!

É tarde agora, não sei como recomeçar - na verdade tenho medo de fazê-lo! - uma vida só, ou mesmo uma a dois com outra pessoa que não tu...
Sei ser pieguice, ou mesmo obssessão obtusa de minha parte, mas é tal qual me sinto quando olho pros outros à minha volta e os comparo a ti!

No silêncio de minhas certezas, afogo o burburinho de minhas dúvidas - calando-as - sempre que tentam abalar meus alicerces com seus questionamentos estéreis; malignos...

Assim sigo a sombra de teus passos, afogo-me na doce recordação de teu cheiro, acalento-me no aconchego de teu abraço quente.
Assim vivo à sombra irradiada de tua presença numiosa, regozijando-me na placidez do teu sorriso. Embevecido pela candura da saudade que sinto em minh'alma; em meu coração.




Fernando Pessoa disse:
"Existe no silêncio tão profunda sabedoria, que às vezes ele se transforma na mais prefeita resposta."

Sendo, eu, a soma de minhas escolhas; nem sempre escolho o 'certo' ou o 'errado', apenas opto pelo que precisa ser feito.
Mas nem por isso eu me deixo cair, ou abandono minha jornada.
Sendo então, EU - criatura de mim. Fraturo-me, integro-me, refaço cada linha minha a medida que escolho, cresço e evoluo!
Porém jamais esqueço que foste uma das escolhas mais felizes - se não a mais magna - que jamais fiz em minha vida!


*Frankj Costa*




14 outubro, 2011

Da Depressão e outras Ex-Pressões

Nenhum motivo de maior importância, apenas buscando um ouvido (olhos) que me atencione um pouco que seja!

depressão propriamente vem de depressare, do verbo deprimere, “prensar, esmagar”, formado por de-, “para baixo”, mais premere, “apertar, comprimir”.
Assumiu o sentido de “afundamento de uma economia” logo depois da Revolução Francesa. Passou o ter significado clínico no jargão psicológico em 1905.
A escolha da palavra manifesta muito bem a sensação de esmagamento sem esperanças que uma pessoa que apresenta doença depressiva sente.

in: Origem Da Palavra - Site de Etimologia

Ultimamente ando às voltas com meus ensaios de depressão, com profundos pensamentos que - em geral - pouco me acalentam ou me acalmam.

Acho interesante como a dita cultura popular investe na saudade, na carência, na rejeição e no instinto de vingança; em geral são estes os temas que se veem em canções classificadas como 'românticas'; mas estas canções raramente falam do amor como algo presente, continuado.

Sempre é relacionado à perda, à saudade, à vontade de regressar a uma época de nossa vida em que éramos felizes - sabiámos disso - mas que não valorizamos, reconhecendo seu valor apenas depois da perda.Posso mostrar isso com este vídeo:


Embora a qualidade esteja baixa, é possivel ler a legenda (em português para facilitar a todos) e, através da legenda, é possível ver que não fala de amor, fala de saudade e da esperança de retomada de um amor que houve, existiu!


Creio que os dois poemas mais sinceros acerca da natureza volátil do amor sejam:

1- Soneto de Fidelidade (de Vinícius de Moraes) e


2- Soneto de Amor (de Luis Vaz Camões)

Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Um pequeno "poema" de minha autoria:

Agora, ando às voltas com os arrependimentos
das coisas que preferi não fazer.
Me esgueiro nas sombras da saudade da felicidade que senti.
Afundo-me na inécia de meu pensar.
Desejando um outro amor vivendo em mim
mas com medo de voltar a amar.
Medo de sofrer.

Agora, escondo-me nas falhas de minha memória.
Desculpo-me pelas pequenas mentiras que conto.
Não choro mais pelas coisas que não terei,
mas lamento eternamente cada uma das que eu perdi.
E o Amor é isso? Sim, mas também não o é!
É o Tudo que nos move e o Nada que nos paraliza.
Nos consola, mas nos consome...

E, para finalizar (pois já começo a não saber mais o que dizer - infinita tristeza), deixo-os com uma de minhas canções preferidas:

Monte Castelo - Legião Urbana


05 outubro, 2010

*Canto de Amor, Paixão, Cinzas e Sangue*

Tenho fome: de tua boca; teu sorriso; teus olhos; teu cabelo...
Isto me nutre!! A mim não basta o pão a cada dia; a aurora me deprime!
Te sinto todos os dias inteiros, todas as horas completas; em todos os lugares: à minha volta e em mim...
Desejo-te, anseio por ti, tua presença, teu cheiro, teu sabor!
Necessito os sussurros melodiosos de tua celeste voz que encantam-me a audição com palavras milifólias; eternos...

Com imorredoura certeza da Alma Rubra de Desespero e paixão... Entrego-me à profundidade doira do Olhar de Desejo!
E, por todos os meses, pela noite e em todas; imploro a Zéfiro que te traga a meus braços... Oro aos Titãs que te salvaguardem, que Kronos te leve consigo sempre!

Pois tenho sangue em minhas mãos e cinzas sobre minha cabeça.
Vislumbro o Futuro com olhos esgazeados pelos fulgores de sóis de mil passados!
Onde cada sombra e fragmento de mosaico imontável por humanas mãos.
Porém, impassível de desmonte por atos divinais!

Na alva areia da praia de minha esperança, escrevi teu nome entrelaçado ao meu.
Jubiloso vi como as letras se combinavam; mesclavam; formando signos ancestrais.

O vento de meu medo levantou-se em revolta, buscando apagar cruelmente aquela chave que me tornaria feliz.
E no momento exato em que tudo parecia perdido, o céu de tua face iluminou-se com teu sorriso-de-sol, dissipando toda a bruma de meu temor!

Mas teu sol já está no ocaso, no horizonte medonha noite se aproxima: sem promessa de lua ou juramentos de estrelas.
Apenas espessa treva, uma escuridão sem-fim!

Eis, pois, que periambulo em vielas umbráticas, em ermos guetos...
Louco desejo de encontrar-te!
Doida vontade que teu olor me envolva.
Teu calor me desperte a cada manhã, banhando meus olhos na luz que de ti irradia: mais numiosa que todos os sóis os quais jamais verei!


*FrankJ Costa*

09 setembro, 2010

Cansaço...



Na verdade, mais que tudo, eu estou cansado:

Cansado de ser "velho" ou "novo e sem experiência" pra uns empregos que tentei.
Cansado dos gêneros que as pessoas fazem de si mesmas...
Cansado de criar expectativas que não se justificam (por isso não 'expecto' mais coisa alguma)!

Cansado de ouvir coisas como "tu tens que entender", ou "tu precisa se permitir mais", ou "tu deve ser mais sensível", ou "tu precisas ser leve", ou "tu precisas ir na igreja" ou qualquer outra babaquice com o mesmo sentido de 'religião de auto-ajuda'; mas quando eu questiono estes mesmos 'apóstolos salvadores' não serem capazes de responder o que devo 'entender', ou 'me permitir', ou 'sensibilizar-me', ou 'levitar' ou 'a religião - igreja' que me salvará... Já que é muito fácil pra os que estão de fora dar opinião (mas não solução) para problemáticas que apenas eu sei como são, pois sou eu que as vivencio.

Cansado de abrir minha boca pra dizer "eu prometo" e depois fazer um esforço quase inumano para cumprir minhas promessas; mas continuar ouvindo as coisas do parágrafo acima!
Cansado de não conseguir ser diferente do que SOU, porquê NÃO CONSIGO ME VER DIFERENTE DISTO!!!
Ser um 'altísta social', passo muito tempo isolado do convívio dos outros mesmos meus conhecidos (amigos???) mais antigos...

Cansado de ouvir as pessoas se rasgarem em elogios de "tu és uma pessoa muito inteligente"; mas evidentemente insto não servir de muita valia...
Cansado (por culpa exclusiva minha) das pessoas saberem poder contar comigo para guardar seus segredos - alguns tão pesados que fico angustiado de não poder desabafar...

Tô começando a ficar CANSADO DE VIVER!!


*FrankJ. Costa*

17 julho, 2010

*Esquina de Lugar Nenhum*


O céu chora nesta tarde de sol!
Sei que o faz por mim...

Pois conhece meu medo de começar e não conseguir conter jamais a torrente de lágrimas que se avolumam em meus olhos; doridos – em profundo – da ausência que me farás!
Do abismo que tua partida cavará em mim...
E aqui me encontro: nu defronte ao espelho!

A luz fecha-se sobre ti. Com ela vão-se os últimos resquícios de sanidade!
Mas a lembrança continua aqui: qual fera acuada a arranhar as paredes da jaula; embrutecida demais para dar-se conta dos ferimentos que sua angústia causa a si...

Sigo em frente, tateando na escuridão nascida de tua falta!
Iludindo-me em braços outros, enganando-me com outros timbres!
Mitigo minha sede de ti bebendo de outras fontes sem (jamais) saciar-me!
Restando-me, apenas, viver neste limiar obscuro entre a inexistência e o nada; vivendo de tudo que não te disse!
Danei-me para todo o sempre no momento em que disse “TE AMO!!”.
Também Sei não adiantar o arrependimento... Não há volta!!!

Às vezes, na rua, um olhar, uma orelha, um nariz, uma mão me farão lembrar-te; pois não sei fazer mais nada que não seja TE AMAR!
És gravado a-ferro-e-fogo na memória e no coração...
Sempre esperançoso de ter-te novamente comigo; e contigo ter de volta a parte de mim que ri, canta e dança com toda a alma; a plenos pulmões; até a exaustão...

Permaneço aqui, nesta esquina de lugar nenhum, esperando um trem que não chega; um avião que não pousa; um navio que não ancora!

Aqui fico Eu! Por Ti esperando!!

*frankj costa*


11 julho, 2010

Ich liebe Dich!!


Às vezes penso que não passo de um menino chorão...

Muito lembrei a mim, a ti, a nós!
Não tenho meu sextante; minhas cartas de navegação? ... atirei ao profundo mar!

Minha bússula traça sempre a mesma rota: todos os caminhos levam a ti!
Outrora, eu astro errante; prendi-me a orbitar-te.
Sempre e sempre, mais e mais...
Sou teu humilde servo, quiçá escravo, se assim me quiseres!

Seguir abrigado em tua sombra é a Luz que ofusca minha consciência...
O tempo, o espaço, não há o que exista perante tua presença!

Contudo, tua presença não está mais ao meu alcance...
e os parvos momentos que te-me-aproximas plenam-me com tanto prazer, alegria e felicidade que embriago a alma, entorpeço a mente desejando "NÃO vás!", És meu Dragão; em teus braços entrego o meu ser.

Não. Não espero retribuição... teu olhar meigo é mais do que posso desejar!

Extrapola o que mereço!! Outrossim és-me a mais doce Maya: meu opíparo do qual sorvo a essência e esta abre-me a mente, atirando-me no turbilhão convulsivo do amar-te.
Desejei sentir o simples êxtase das coisas, descobri que não consigo sem ti!!


Obrigado por tudo, bom ou não, que tenho contigo!


*Frank J. Costa*

24 junho, 2010

*Te Vejo Então*

Originalmente postado em 23 09 2009 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Ojos Asì

De tez bruna, olhos avelãs, nariz afilado, lábios finos; corpo pueril e imberbe, cabelos como a noite. Odor delicado, pele macia…

Desejo teu toque, deglutir teu sabor, respirar o hálito expirado de teus pulmões!

Ter-te próximo a mim, aninhar-te no aconchego de meus abraços, ouvir os sons de teu corpo enquanto dormes:

O coração batendo compassado…
O perfume de ti espairando pelo ambiente…
Intoxicando-me com a excelsa leveza de ti!
Impregnando minha existência com tua presença inolvidável…

Descerrar meus olhos e ve-te; porém – antes mesmo de despertar – sentir teu calor envolvendo-me como um cobertor diáfano, perene, reconfortando meu existir!!
Ouvir tua voz e tê-la como sino fantástico da imorredoura emoção que jaz encerrada em meu âmago.

Sentimento sôfrego que busca defletir-se à refrega que convulsiona e assoma sobre todos e sobremaneiramente sobre mim…

Estupefaço-me estupendamente frente ao algoz terrificante de mim: Recordar-te!!!!

Brutal ardil que enrodilha minha existência,
isolando-me do pneuma numinoso que (como alento)
atenuaria o vazio excruciante que preenche meu ser.
Embotando a percepção de mim…
Opróbrio infindo que fustiga com látego inexaurível minh’alma!!

No entanto, persiste a emoção: Cálida,
Irredutível,
Diáfana.

Permanece constituindo um marco do mais puro jaspe encrustado na mais alva carrara.
Diamantino e inabalável em seu existir; remanesce intocada e íntegra como pérola de regiões marítimas abissais…

Tal emoção assim tão magna,
embora prisioneira,
é-me sustentáculo!
Emperdeniza minha alma e mente
frente a tudo e todos!
Fazendo-me galgar alturas sidéras,
levando-me à paragens ermas!

Fecho meus olhos e deixo que o vento lave todas as amargas memórias; seque toas as lágrimas de meu rosto!
Doo-me e permito que Ninfas levem-me pelos braços além da penumbra, além do Umbral.

Abro meus olhos e…
Te vejo então!
Abro meus olhos e…
Te beijo então!
Abro meus olhos e…
Te sinto então!
Abro meus olhos e…
Te amo então!

*Frank J. Costa*

*OPOSTOS/SOTSOPO*

Originalmente postado em 18 01 2010 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Luz/Sombra
Sim/Não

Oposto, mas não desiguais!
Complementares dessa existência que se sabe Humana.

Deste calvário ao qual chamamos “amar”…

Senda de mistérios insondáveis…
Canyon de certezas mortas

E na Mortalha dos Esquecimentos me envolvo e espero por ti:

Pórtico Supremo que transubstanciará minha essência e me tornará o que jamais poderei ser a não ser a teu lado!

Posto que teu AMOR é TUDO que me falta!

*Frank J. Costa*

Vox Meii

Originalmente em 05 02 2010 no antigo endereço (cartasparaninguem.wordpress.com)

Ocaso

Ouvirás minha voz antes de teu derradeiro Crepúsculo
E nas trevas cairás,perecerás
Ouça a minha voz, minha sentença

Ouça-me e perca-se-me

Minha voz será o teu requiem
Teu convite para a Morte e apelo
Para teu infortúnio eterno

Ouça-me e perca-se-me

Nas trevas sonharás
Antes do último Ocaso
Antes que a Lua surja

Ouça-me e perca-se-me

Morrerá em ti a minha lembrança
E tua vida em mim como a palha secará
Meu requiem de Morte e desterro

Ouça-me e perca-se-me

Adeus aos beijos, às canções!
Sou carrasco de Cartas jamais escritas
A saudade é a sombra do tempo em que tua sede era saciada na minha boca
Não mais!

Ouça-me e perca-se-me

Ao fechar o dia perecerei
Tua lembrança, ao amanhecer, em mim fenecerá
Minha lembrança, em ti, findará

Ouça-me e perca-se-me

Putrefaço sozinho,
na esperança de ficarmos
juntos novamente!!

Ouça-me e perca-se-me

*Frank J. Costa*

Crepúsculo

22 junho, 2010

#Grix Dies# (um dia cinzento)

Originalmente postado em 7 04 2010no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Sabe aqueles dias… nos quais tudo que se quer fazer é NADA?

Hoje foi assim comigo, nenhum motivo especial, nenhuma causa racional.

Apenas o reflexo da saudade que sinto de uma época em que a certeza de minha felicidade era absoluta e inabalável!

Comigo estes dias tem-se tornado cada vez mais lugar-comum; então vem alguém e diz:

"Você precisa se permitir mais..."

E isso enche meus olhos de nuvens de lágrimas ao fazerem lembrar quantas vezes ouvi esta frase de ti, e o quanto eu quiz [de profundis cor] me permitir tudo quanto tu quisesses ou viesses a querer (não que alguém se importe – afinal, já começo acreditar que

alguém

não se importa mais…)

Finalmente os outros concluem que sou (um tanto) excêntrico; ou que estou sempre inventando uma coisa ou outra para fazer, para lhes evitar a companhia. Mas… Hoje sinto vontade de nada!!!

O único desejo que ainda pulsa em mim é a terrível coceira no meu dedo de discar teu número telefônico apenas para ouvir tua voz… e; mas… o que eu diria a ti para justificar minha chamada?!

Então fico aqui, parado, escrevendo esta carta que nunca entregarei, neste blog que jamais lerás, onde – talvez – seja mais seguro… onde posso me esconder na anonimidade da informação do universo digital {escondido às vistas(??) de todos}!

Mas, mesmo assim, fico preso à luz bruxuliante deste dia gris, desta noite erma e abissal que assola minha mente com a recordação de uma Felicidade tão doce e punjente que até hoje não entendo como pude permitir que ela escorresse por entre meus dedos e fosse levada pelo Vento Norte. Ouço no fundo da minha mente tua voz declarando

“Tu tens que te permitir mais….”

PERMITIR?

PERMITIR!?

PERMITIR?!?!

O QUE MAIS ‘POSSO’ ME “PERMITIR”?!?!
O QUE MAIS QUERES QUE EU ME PERMITA?

(EU me PERMITI deixar PARTIRES!!!)

Mas tenho medo de te pedir para voltar e assim fazer com que vás ainda mais para longe de mim…
E agora fico aqui:> chupando o dedo, pensando na morte da bezerra e no casamento da viúva com a raposa (naqueles dias pálidos onde há chuva-e-sol)!
Com o coração tão comprimido no peito que, às vezes, chego a pensar que ele não mais pulsa… De tanta tristeza que ele carrega fez greve esperando por tua volta!

*Frank J. Costa*

21 junho, 2010

*PRISÃO SEM MUROS*

Originalmente postado em 21 04 2010 no antigo endereço(cartasparaninguem.wordpress.com)

Nada me é tão claro quanto a Solidão

Nem mesmo o ciúme, que vez por outra me acomete, é assim tão explícito.
Minha Solitude ganhou ares titânicos na mesma noite em que senti teu calor, pela vez derradeira, dissolver o frio residente de meu espírito. No momento exato em que teus olhos deixaram de brilhar por mim; para mim!
Neste instante, bem neste, Soledade avivou-se e adentrou – perpetuamente – minha existência (que tornara-se ôca de signos e significados).

Mas ela é indiferente à minha dor e ri-se das parvas e esparsas tentativas por mim feitas de mitigar-lhe a tirania.
Contudo não consigo odiá-la; pois, sendo tu sua causadora, seria-me o mesmo que odiar a ti!

Feito este que é-me impossível!…

Posto serem os recordos que tenho de ti o único motriz que impulsiona meus pulmões a inspiração-expiração.

O lembrar-te: a única Luz que faz-me sorrir nos plúmbeos dias de sol!

Amar-te descompassadamente é o que induz meu coração pulsar empurrando o sangue pelas veias ao ritmo das músicas que juntos cantamos.

Tudo em mim vibra na intensidade justa dos versos e poemas que trocamos, das confidências e segredos que compartilhamos.

Da mão – sempre estendida – prolongam-se dedos tenazes, como vermes-vampiros, partindo em busca de tua carne, teu calor; meu nariz enxerga teu perfume açucenal em cada ser; meus ouvidos sentem tua voz, os sons de teu corpo, mesmo no mais hermético cofre – ou no mais profundo abismo oceânico; minhas pernas e pés não sabem deixar outro rastro que não seja o teu!!

Já não possuo pegadas próprias…

Meus olhos não discernem coisa outra que não seja o reluzir do sorriso franco que ilumina tua face e tantas vezes – mesmo agora – rejubila minh’alma!

Decerto sejas a unicidade de meu contentamento,

de minha consternação e nostalgia também o és!

Saciedade da implenitude de mim!!

E assim perdido, perambulo na vagacidade de meu existir buscando resgatar quiçá o limiar de toda a felicidade que me proporcionaste e que te retribuí tão canhestramente – mesquinhamente -, sempre intentando ocultar minhas deficiências de espírito, meus vícios de caráter.
Meu canyon impreenchível.

Tentei jamais perder-me-te, porém tu te foste para longe do meu lado e eu permaneci aqui:
Prisioneiro da estase provocada pelo amor que dedico a ti…

És, pela Eternidade, meu ópio causador de meu êxtase.

Então??

Preso por vontade” me mantenho.

Isto é tudo que posso fazer: trancafiar-me nesta minha prisão sem muros!!


*Frank J. Costa*


Alan Jackson - Remember When