depressão propriamente vem de depressare, do verbo deprimere, “prensar, esmagar”, formado por de-, “para baixo”, mais premere, “apertar, comprimir”.
Assumiu o sentido de “afundamento de uma economia” logo depois da Revolução Francesa. Passou o ter significado clínico no jargão psicológico em 1905.
A escolha da palavra manifesta muito bem a sensação de esmagamento sem esperanças que uma pessoa que apresenta doença depressiva sente.
in: Origem Da Palavra - Site de Etimologia
Ultimamente ando às voltas com meus ensaios de depressão, com profundos pensamentos que - em geral - pouco me acalentam ou me acalmam.
Acho interesante como a dita cultura popular investe na saudade, na carência, na rejeição e no instinto de vingança; em geral são estes os temas que se veem em canções classificadas como 'românticas'; mas estas canções raramente falam do amor como algo presente, continuado.
Sempre é relacionado à perda, à saudade, à vontade de regressar a uma época de nossa vida em que éramos felizes - sabiámos disso - mas que não valorizamos, reconhecendo seu valor apenas depois da perda.Posso mostrar isso com este vídeo:
Embora a qualidade esteja baixa, é possivel ler a legenda (em português para facilitar a todos) e, através da legenda, é possível ver que não fala de amor, fala de saudade e da esperança de retomada de um amor que houve, existiu!
Creio que os dois poemas mais sinceros acerca da natureza volátil do amor sejam:
1- Soneto de Fidelidade (de Vinícius de Moraes) e
2- Soneto de Amor (de Luis Vaz Camões)
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Um pequeno "poema" de minha autoria:
Agora, ando às voltas com os arrependimentos
das coisas que preferi não fazer.
Me esgueiro nas sombras da saudade da felicidade que senti.
Afundo-me na inécia de meu pensar.
Desejando um outro amor vivendo em mim
mas com medo de voltar a amar.
Medo de sofrer.
Agora, escondo-me nas falhas de minha memória.
Desculpo-me pelas pequenas mentiras que conto.
Não choro mais pelas coisas que não terei,
mas lamento eternamente cada uma das que eu perdi.
E o Amor é isso? Sim, mas também não o é!
É o Tudo que nos move e o Nada que nos paraliza.
Nos consola, mas nos consome...
E, para finalizar (pois já começo a não saber mais o que dizer - infinita tristeza), deixo-os com uma de minhas canções preferidas:
Monte Castelo - Legião Urbana
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