Miradores

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27 agosto, 2015

දුEnaṭaraeāpaiyaක්


          Uma vez houve, há muito tempo atrás, em que me forcei a crer no amor.
          Mas que sabia eu, então, sobre o amor?

          Assisti a filmes; ouvi canções; li poemas, poesias; cartas de amor alheias.
          Também eu, cartas de amor escrevi.

          A maioria jamais entregues a quem quer que seja.
          Foram, todas elas, Cartas Para Ninguém!!

          Eis que o Tempo (este que com nada se importa, a não ser o próprio fluir) mostrou-me o Fim, depois do Início; que nada escapa à Entropia.
          Que todo e qualquer sentimento é verdadeiro e, por isto mesmo, está fadado ao desgaste, à Entropia.
          Mostrou-me, o Tempo, que certos sentimentos duram mais que outros, que alguns ganham uma sobrevida, evoluindo para alguma outra forma; mas mesmo estes findam. Mas isso, aprendi com o Tempo.

                    Porque os livros, as canções, os poemas, as poesias e cartas MENTEM!!

          Prometem roseiras sem espinhos, inícios sem fim, prazer sem agrura. Êxtase sem agonia.
          Queriam me fazer crer que o Idílio seria infindo.

          A “Cultura do Amor” também me ensinou a ser mesquinho.
          Não o egoísmo inteligente: aquele que te leva a atender vontades alheias para ter os próprios desígnios saciados.
          Ao invés disso, a ‘cultura do amor’ ensina a mesquinhez, a não considerar o outro e a atropelar tudo quanto exista no desespero de preencher o vazio existente em si.

                                                  E isto, esta dor, não quero mais.


03 dezembro, 2010

*Sei Não Falar de Flores*


Sei não falar de flores...
Nem sei o que quero dizer com isto tudo.

Vomito veneno a cada sorriso torto, em cada respiração entrecortada.
Quando tudo parece estar perdido; agarro-me à lembrança das coisas boas que vivi a teu lado. Nestes momentos, nos quais tudo que busco é o reconfortante silêncio da solidão, me pego enchendo-me de esperanças...

Nascidas de ti, do recordar-te!
Mesmo que eu não queira; vens-me a mente!
Isto é o que me acalenta nas minhas noites sem lua, nas minhas cinzas manhãs...

Mesmo o peito sendo dorido a cada novo dia, quando encaro a xícara solitária na mesa, e miro com olhos turvos o assento onde antes te punhas a rir de minha canhestrice ao preparar nosso dejejum.

Um riso tão doce...

Onde andará teu sorriso agora?
Onde anda minha felicidade agora?
Que olhos vêem teu riso?
Saberão eles a magnitude do que vêem?
Ou o relegarão ao lugar-comum dos 'risos-de-dentista'?

Aquele esgar maldito, de animal moribundo, ao qual os obtusos e parvos chamam "sorrir"?
Sem nunca tomarem ciência que - talvez - teus olhos não brilhem para si, como faziam para mim e os meus, enlevados, retribuiam a ti! E o fazem até hoje!

És feliz agora?
Rogo que sim.
Se sou feliz?
Alegre: sim.
Feliz?... Somente ao lembrar-te!

Amo-te!
Anseio nunca envergonhar-me de dizer "TE AMO!".
Espero que jamais te aflijas com este fato: Amo a ti!!

Tranquei-me no fundo duma cela, onde somente o brilho do teu sorriso penetra!

Sou tolo?
Iludido??
Desenganado???

Sou!
Sim SOU!
Tudo isto e muito mais!!

Gostaria de te falar, ao menos te ver...
Mas nós brigaríamos se eu tentasse!

Gostaria, então, de ter com quem falar, alguém que me ouvisse apenas.
Não quero opiniões, conselhos, julgamentos morais!

Apenas alguém que me escute, em silêncio; sem concordar, sem discordar, sem julgar!
Me sinto tão isolado dos demais!

O preço que pago pelas escolhas que fiz/faço/farei ao longo dos dias que inda me restam!
Pairam sombras sobre mim!

O sol já não me aquece, nem a noite enche minh'alma de poesia.
Continuo somente por temer a morte...

E, temendo-a, me viro em um zumbi: sem vontade, sem sentido, sem pensamento ou emoção!
Assim sigo para meu ocaso derradeiro!

Quando a lembrança do reflexo do brilho de teu olhar no meu será a última coisa que terei.

*Frank J. Costa*