Uma vez houve, há muito tempo atrás, em que me forcei a crer no amor.
Mas que sabia eu, então, sobre o amor?
Assisti a filmes; ouvi canções; li poemas, poesias; cartas
de amor alheias.
Também eu, cartas de amor escrevi.
A maioria jamais entregues a quem quer que seja.
Foram, todas elas, Cartas Para Ninguém!!
Eis que o Tempo (este que com nada se importa, a não ser o
próprio fluir) mostrou-me o Fim, depois do Início; que nada escapa à Entropia.
Que todo e qualquer sentimento é verdadeiro e, por isto
mesmo, está fadado ao desgaste, à Entropia.
Mostrou-me, o Tempo, que certos sentimentos duram mais que
outros, que alguns ganham uma sobrevida, evoluindo para alguma outra forma; mas
mesmo estes findam. Mas isso, aprendi com o Tempo.
Porque os livros, as canções, os poemas, as poesias e cartas
MENTEM!!
Prometem roseiras sem espinhos, inícios sem fim, prazer sem
agrura. Êxtase sem agonia.
Queriam me fazer crer que o Idílio seria infindo.
A “Cultura do Amor” também me ensinou a ser mesquinho.
Não o egoísmo inteligente: aquele que te leva a atender
vontades alheias para ter os próprios desígnios saciados.
Ao invés disso, a ‘cultura do amor’ ensina a mesquinhez, a
não considerar o outro e a atropelar tudo quanto exista no desespero de
preencher o vazio existente em si.
E isto, esta dor, não quero mais.
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